Era uma tarde de outono, as folhas que caiam das árvores cobriam todo o chão do parque. Ele estava na velha ponte de madeira, no ultimo dia daquela estação, como haviam marcado, para que pudessem relembrar os velhos tempos, quando ainda eram crianças e brincavam naquele parque. Como era outono, a estação das folhas, as árvores estavam completamente nuas, e o vento soprava frio e constante, deixando a atmosfera leve e tranqüila. Ele a esperava ansioso, não via a hora de encontrá-la novamente, depois de tantos anos sem se verem queria matar as saudades, saber o que tinha feito e por onde tinha andado. Mas lhe veio uma angústia no peito, ficou com medo que ela desistisse. Decidiu que se ela não fosse tentaria esquece-la por mais difícil que isso poderia ser, e jamais se perguntaria o motivo de sua desistência. Á medida que as horas passavam ficava mais angustiado, sabia que caso ela não aparecesse nunca mais a veria, nem mesmo de longe, pois não tinha seu endereço, nem mesmo seu telefone, aquele encontro era sua ultima esperança, talvez a ultima chance que teria de dizê-la tudo que sentia. A única coisa que poderia fazer naquele momento era esperar. Encostou a cabeça em um banco, fechou os olhos e imediatamente veio a sua mente as lembranças que tinha do ultimo encontro que tiveram. Como o destino brincava com os dois, colocando-os no mesmo vagão daquele trem, após anos sem se verem. Depois de tanto tempo ela ainda o reconhecera, e ele nunca poderia esquecer aquele rosto, o mesmo olhar sincero, o mesmo sorriso cativante de quando eram pequenos. Ele como sempre, não conseguia pronunciar uma palavra, sentia-se aprisionado no brilho dos seus olhos e mudo ao ouvir sua doce voz. A única coisa que conseguiu dizer foi que queria muito vê-la novamente, e ao se despedirem na estação ela lhe diz pela janela do trem “ultimo dia de outono no ‘nosso’ parque”, ele com um sorriso contente, mas tímido respondeu “estarei a sua espera!”. Adormeceu em volto nos seus pensamentos. Ao despertar já era noite, quando olhou a lua no céu veio uma lagrima aos olhos, mas logo a enxugou, levantou-se e foi para casa. No caminho milhares de pensamentos povoavam a sua cabeça, mas como havia prometido não ia ficar se indagando sobre aquele encontro que não aconteceu, iria tentar esquecer tudo aquilo. Chegando em casa tomou seu uísque preferido, virou para a parede a foto do dois que estava no seu criado-mudo, apagou a luz do abajur e ficou a olhar as folhas da árvore que caiam em frente a sua janela, com elas iam embora toda a esperança de vê-la outra vez. Mas ele havia se esquecido de um detalhe: o outono não termina no mesmo dia em todos os lugares. Aquele era seu ultimo dia de outono, mas seria também o dela?
domingo, 18 de março de 2007
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4 comentários:
Fantastico , gostei muito.
Por momento estive nesse parque , com essas suas crianças. Sentando num banco enquanto via essa amizade crescer.
Beijinho.
Oi!
Muito bonito esse texto, maravilhoso...
É incrível como grandes amizades acabam se transformando em amor...
O mais incrível é que, mesmo depois de anos não conseguimos esquecer essa pessoa especial, por mais que tentamos, ela não sai da nossa mente.
A esperança é que, "o outono não acaba no mesmo dia em todos os lugares", ou seja, talvez tenhamos uma segunda chance...
xD
Ah, o amor! Sempre encontrando saídas e se apegando às últimas centelhas de esperança, pra não se acabar.
Parabéns, meu bem!
Seu triunfo está próximo.
Bjo!
Conheço esse texto..
e depois diz que n gosta de nifra..
ou estou me enganando de aula?
beios menina ruiva
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